Passou 1 mês da ultima primeira publicação: não por esquecimento, mas porque só agora tive os meus primeiros dias. Primeiros 3 dias desempregado. Oficialmente ainda não estou desempregado, estou de férias (pois não havia nada para fazer na empresa e só irão despedir os trabalhadores dia 9 de Março), mas tecnicamente é o mesmo. No primeiro dia foi tudo muito estranho; senti um vazio tremendo, perdido e de algum modo "inútil". Como estava habituado, acordei cedo, tomei o pequeno almoço e deitei-me no sofá a ver TV. Passado 1 hora e tal, decidi me levantar do sofá e fazer algo útil: fui ao supermercado reabastecer a casa. No regresso passei pela praia e tomei um café. Regressei a casa, arrumei as compras almocei e perdi-me novamente no sofá. Fiquei por lá até ao fim do dia, hora de ir treinar no ginásio. Fui, voltei e fui novamente atraído pelo sofá! Depois de tanta relação a 3: eu, sofá e TV, já previa uma noite difícil! Tanta moleza durante o dia, só podia resultar em má noite de sono: e assim foi. Dia estúpido, mais valia não ter existido...
Decidi fazer do 2º dia um dia completamente diferente. Acordei ainda mais cedo (claro, com tanta moleza no dia anterior...) e decidi ir caminhar à beira da praia. Caminhei 1 hora entre canidelo e valadares, entre as 9h e as 10h. No início estava bem frio, mas o sol começou logo a levantar e fez-se uma caminhada bastante agradável, já com cheirinho de primavera! Que bem que me soube. Descobri também que há imensa gente que também não trabalha, ou pelo menos aparentemente têm um horário mais flexível... Voltei a casa, tomei um banho comi e sentei em frente ao computador a trabalhar um pouco no meu projecto. Já há muito tempo tinha descoberto isto: uma boa caminhada ou mesmo desporto pela manhã revitaliza e torna o dia muito mais interessante. Nesse dia pouco relação tive com o sofá e TV, ainda arrumei e limpei um pouco a casa. Fim do dia foi ao ginásio, voltei a casa, preparei o jantar e aí sim, deitei-me no sofá e adormeci até a Ana chegar.
No terceiro dia já consegui acordar depois das 9h!! Yupi! Fui correr/caminhar entre as 10h e 11h, voltei, trabalhei para o meu 2º projecto e fiz mais algumas coisas pessoais. Planeei ir a seguir ao almoço à praia! Sim, com 19 ºC e sol, no meio de umas rochas e ao abrigo do vento ia parecer que estava nas Caraíbas! Tava um dia lindo, pouco vento. Acabei por hesitar e apesar de ter levado calções, toalha e chinelos no carro, acabei por me sentar numa esplanada, tomar um café e pensar um pouco na vida! Como estava um dia maravilhoso, brisa leve e o mar agitado e maré cheia com ondas bonitas mas tipo "máquina de lavar", havia imensa gente a caminhar, na esplanada, até mesmo alguns com a mesma ideia que eu: deitados ao sol ao abrigo de rochas! Tanta gente que parecia um domingo à tarde! Esse foi provavelmente um dos momentos mais produtivos destes primeiros 3 dias de desemprego: pensei nos meus projectos e planeei acções. Esse momento motivou-se de tal modo que tive vontade de ir para casa e trabalhar nesses projectos. Mas com tanto tempo livre nos próximos dias, acabei por lanchar, fui ao ginásio e estou agora em casa da minha mãe para jantar.
Passado este momento inicial, descobri a maneira ideal para revitalizar o meu dia: mover-me e praticar desporto logo pela manhã para não ser caído na tentação do sofá e cair na inutilidade da TV! Amanhã é sábado, já tenho companhia para fazer coisas diferentes =)
Diário de um recém desempregado
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Desemprego?! :O
Taxa de desemprego de 12.4% no terceiro trimestre de 2011 e a subir, corte nos subsídios de natal e de férias, aumento dos impostos, aumento do preço do petróleo... óptima altura para perder o emprego.
Trabalhei nos últimos 4 anos numa biofarmaceutica a realizar investigação, pesquisando anticorpos com características espeíficas para serem usadas em terapia de diversas doenças. Empresa belga, com filial em portugal por questões de patentes, decidiram fechar cá a filial porque a tal patente expirou em agosto deste ano e decidiram transferir tudo para a bélgica junto da empresa mãe. Ofereceram à maioria de nós, a mesma posição na bélgica; alguns aceitaram e vão aproveitar esta oportunidade para obterem melhores condições financeiras e de desenvolvimento de carreira, outros, por diversas razões, decidiram não aceitar e procurar alternativas, tanto em portugal como fora. Eu fui um dos que recusaram a proposta: com um apartamento comprado há 2 anos (ainda nem completamente mobilado está, provavelmente foi a melhor altura para ter comprado, pois consegui um empréstimo por ter um contrato de trabalho, um spread reduzido e os preços já estavam a baixar; hoje em dia seria impossível conseguir as mesmas condições), com família por perto, a viver com a namorada que actualmente está empregada (apesar de descontente e querer mudar)... achei que seria a altura ideal para apostar numa formação e investir em algo diferente, talvez um doutoramento, ou mesmo mudar de área. Caso tivesse optado por ir para a bélgica, teria de vender o apartamento que adquiri recentemente (altura péssima dado o actual mercado), alugar ou simplismente emigrava e continuaria a pagar uma prestação de quase o salário mínimo, diminuindo consideravelmente o meu poder de compra apesar de que o salário na bélgica seria relativamente bom. Por tudo isto e também para garantir a obtenção da indeminização por despedimento (que não teria direito caso aceitasse a posição na bélgica), decidi ficar e aventurar-me com novos projectos ao mesmo tempo que vou procurando um emprego no mínimo financeiramente semelhante ao anterior (infelizmente duvido que consiga encontrar). Entretanto irei ter direito ao subsído de desemprego. A empresa irá oficialmente fechar no final de fevereiro, daqui a mês e meio e caso pedisse hoje o subsídio de desemprego, iria receber o tecto que seria 1200 e poucos euros. Nada mal, mas por azar esse tecto vai diminuir para pouco mais de 1000 euros... resta saber se vai mesmo mudar antes de a empresa me despedir.
Trabalhei nos últimos 4 anos numa biofarmaceutica a realizar investigação, pesquisando anticorpos com características espeíficas para serem usadas em terapia de diversas doenças. Empresa belga, com filial em portugal por questões de patentes, decidiram fechar cá a filial porque a tal patente expirou em agosto deste ano e decidiram transferir tudo para a bélgica junto da empresa mãe. Ofereceram à maioria de nós, a mesma posição na bélgica; alguns aceitaram e vão aproveitar esta oportunidade para obterem melhores condições financeiras e de desenvolvimento de carreira, outros, por diversas razões, decidiram não aceitar e procurar alternativas, tanto em portugal como fora. Eu fui um dos que recusaram a proposta: com um apartamento comprado há 2 anos (ainda nem completamente mobilado está, provavelmente foi a melhor altura para ter comprado, pois consegui um empréstimo por ter um contrato de trabalho, um spread reduzido e os preços já estavam a baixar; hoje em dia seria impossível conseguir as mesmas condições), com família por perto, a viver com a namorada que actualmente está empregada (apesar de descontente e querer mudar)... achei que seria a altura ideal para apostar numa formação e investir em algo diferente, talvez um doutoramento, ou mesmo mudar de área. Caso tivesse optado por ir para a bélgica, teria de vender o apartamento que adquiri recentemente (altura péssima dado o actual mercado), alugar ou simplismente emigrava e continuaria a pagar uma prestação de quase o salário mínimo, diminuindo consideravelmente o meu poder de compra apesar de que o salário na bélgica seria relativamente bom. Por tudo isto e também para garantir a obtenção da indeminização por despedimento (que não teria direito caso aceitasse a posição na bélgica), decidi ficar e aventurar-me com novos projectos ao mesmo tempo que vou procurando um emprego no mínimo financeiramente semelhante ao anterior (infelizmente duvido que consiga encontrar). Entretanto irei ter direito ao subsído de desemprego. A empresa irá oficialmente fechar no final de fevereiro, daqui a mês e meio e caso pedisse hoje o subsídio de desemprego, iria receber o tecto que seria 1200 e poucos euros. Nada mal, mas por azar esse tecto vai diminuir para pouco mais de 1000 euros... resta saber se vai mesmo mudar antes de a empresa me despedir.
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